Por João Paulo da Silva
Tinha dúvidas de que ela um dia
realmente fosse chegar. Ainda mais sendo eu um sujeito desprovido de nome
artístico. Afinal, assino minhas crônicas como João Paulo da Silva, nome
bastante comum escolhido por meus pais. E, convenhamos, ninguém pode ficar
famoso com um nome desses, a não ser que você seja o Papa. Não que seja feio.
Ao contrário, acho o nome até bonito. Mas é diferente de assinar como Luis
Fernando Veríssimo, Carlos Drummond de Andrade, Graciliano Ramos, Pablo Neruda,
T.S Elliot, etc etc etc. Sempre achei que parte da popularidade de um escritor
vinha do nome. Artista tem que ter nome de impacto. Se uma parte dos leitores
compra livros por causa da capa, outra parte deve comprar pelo nome do autor.
Óbvio que o mais importante é o conteúdo da obra, e que muitas pessoas buscam a
sinopse antes de qualquer coisa. Entretanto, o nome devia ter alguma influência
no sucesso ou fracasso de um escritor. Bom, era o que eu pensava até bem pouco
tempo, quando tive meu primeiro encontro com ela. Aquela doce e cruel senhora
de quem todo mundo deseja tirar uma lasquinha. Enfim, encontrei a fama.
Contrariando todas as previsões.